quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Filemon: um convite ao amor e ao perdão

De todas as cartas de Paulo, esta é a mais breve e pessoal, escrita como ele mesmo diz: “do próprio punho v 19. Por ocasião desta carta, Paulo encontrava-se prisioneiro, provavelmente em Éfeso. Filemon é uma carta de recomendação do Apóstolo Paulo em favor de Onésimo, um escravo que fugiu do seu patrão, provavelmente depois de ter cometido roubo, v18. Onésimo ora convertido ao cristianismo procura o apoio de Paulo, que o manda de volta a Filemon pedindo a este que o receba como irmão. Paulo se apresenta como mediador entre Onésimo e Filemon para quitar todo o débito de Onésimo, esse fato é claro, nos remete, nos faz lembrar a grande e absoluta verdade de que a nossa dívida não foi colocada em nossa conta, mas na conta de Cristo, II cor 5:19-2. Cristo, com sua morte riscou o que estava escrito da nossa divida quitando o nosso débito, essa identificação é uma ilustração do que Cristo fez por nós, Lutero um dos grandes teólogos da reforma protestante sobre essa carta ele afirma: “ todos nós somos Onésimos”, no v 17 Paulo faz um pedido: “receba Onésimo, como se fosse eu mesmo”, o que Paulo pede, é que Filemon receba Onésimo, não mais como escravo, mas como irmão, no círculo familiar, na mesma mesa, na mesma casa, assim como Deus em Cristo nos recebeu, grandes pecadores entrando na família de Deus.
Destacaremos agora, alguns pontos sugestivos e significativos:
 Deus esta presente nas mais variadas e diversas circunstâncias da nossa vida, Onésimo tinha cometido um grave delito, e a pena por esse delito seria severa, nada indicava que ele pudesse escapar da grave punição, mas o arrependimento e conversão de Onésimo mudou o curso de sua história, ele trouxe Deus para o controle de sua vida, e Deus no controle, reverte situações, transformando perdas em ganhos, derrotas em vitórias, morte em vida.
 Para Deus não há vida irrecuperável, pau que nasce torto, não morre torto, tem conserto, vide a vida do próprio Paulo, um homem que odiava o cristianismo passou a viver por Cristo, e tantos outros exemplos poderiam ser dados, mas vou dar apenas mais um, o seu exemplo.
 Onésimo, o escravo fugitivo volta pra casa, não como escravo, não mais como fugitivo, não mais como criminoso, mas como homem livre, como irmão, membro da mesma família, o evangelho de Jesus Cristo põe um fim às diferenças entre os homens v16, e esvazia por completo o estatuto da indiferença e da escravidão, Cristo é capaz de unir na mesma família de fé, empregados e patrões, escravos e senhores, pobres e ricos, porque nEle, em Cristo, não existe distinção social, o que existe, é amor, porque Deus é amor IJo 4:8, Cristo foi enviado por amor Jo 3:16, o amor é o centro de qualquer comportamento verdadeiramente humano, verdadeiramente cristão. Permanecem estas três coisas, diz Paulo: “a fé, a esperança e o amor, porém a mais importante é o amor.” I Co. 13:13. Filemon, portanto, é uma carta que fala de muitas coisas, entre elas, perdão, graça e amor, porque em Cristo, Paulo, Onésimo e Filemon, estavam juntos e tinham tudo em comum. At 2:44.
Em Cristo Amém!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carta universal de São Judas

O autor se identifica como Judas irmão de Tiago, provavelmente o Tiago que era irmão de Jesus e líder da igreja de Jerusalém (At 15.13; 21.18; Gl 1.19; 2.12). Mc 6.3 menciona Judas como irmão do Senhor Jesus. A motivação imediata e urgente de Judas nesta carta é alertar as comunidades cristãs contra certos indivíduos que nela se infiltraram para divulgar ideias erradas e conquistar seguidores. Eles procuram transformar a liberdade de Cristo em libertinagem e o amor em licenciosidade buscando, ainda que de forma velada, destruir a fé do povo de Deus, como bem disse o Apostolo Pedro em sua segunda carta: “haverá falsos doutores que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou...”2Pe. 2.1.
Esses falsos mestres, diz Judas, são nuvens sem água, prometem o refresco espiritual, mas não libertam, ao contrário trazem pesadas cargas, eles tentam desviar o povo de Deus do seu real objetivo, apelam aos desejos da carne e dos olhos, o orgulho desordenado, eles fingem amar a Deus, parecerão ser piedosos, mas no fundo não passam de figueira sem frutos, então Judas faz algumas advertências: “lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos, que nos últimos tempos apareceriam escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências ” v 17:18, numa bela recomendação o Apóstolo relembra pontos fundamentais para uma vida cristã: fé, oração, amor, auxilio mutuo, confiança na misericórdia de Jesus cristo e distância daqueles que procuram perverter a fé
Em vez das saudações finais de praxe, Judas prefere terminar a sua carta com uma doxologia, um hino de louvor a Deus, alguns salmos terminam assim Sl. 41:13 / 72: 18 / 89:52 / 106:48, em Lucas 2:14 os anjos cantam uma linda doxologia “glória a Deus nas alturas”... a oração do pai nosso termina com uma doxologia, porque teu é o reino, o poder e a glória para todo o sempre amém, Paulo usa várias doxologias como em Rm 11:36 “porque Dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas, glória, pois a Ele eternamente amém.” e em ITm 1:17 “ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre amém.” em ICr 29:10-13 Davi canta: “Bendito és tu Senhor, Deus de nosso Pai Israel, de eternidade em eternidade. Tua é ,Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo o quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. E riquezas e glória vem de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo. Agora pois ó Deus nosso, Graças te damos e louvamos o nome da tua glória.”. Ao ver que alguns cristãos podiam cair no veneno enganador dos falsos mestres que queriam usurpar a glória de Deus, Judas prefere terminar a sua carta assim: “A único Deus, salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém.”

sábado, 10 de setembro de 2011

A purificação do templo e a figueira sem frutos

Após entrar em Jerusalém, aclamado como rei, Jesus entra no templo e percebe uma cena chocante: Ele se depara com cambistas comercializando a fé. O povo comprava os animais para o sacrifício, isso era correto; o que não era correto era o gesto de alguns de usar a religião para estabelecer e assegurar privilégios para eles mesmos. Por isso Jesus derruba suas mesas e expulsa do templo citando Isaías 56:7: “A minha casa será chamada casa de oração.” “Mas vocês a transformaram em covil de salteadores.” Mt 21:13. Com esse gesto, Jesus abala todo um sistema de uma classe religiosa que enriquece dando ao povo uma visão mesquinha e pequena de salvação. Jesus entra no templo e ensina pelo menos duas coisas:
I - Cristo é capaz e tem poder de curar todos os que vêm a Ele, e Ele não pede dinheiro, não pede sacrifícios, não pede promessas, apenas a fé é suficiente.
II – O templo é lugar de adoração (Mt 21:15b), as crianças o adoraram, e as crianças são puras, são honestas, não exigem, apenas adoram. (Sl 8:2). Em Mateus 21:13 e Isaías 56:7 aponta o templo também como lugar de oração.
Segundo o relato de Marcos, antes da cena do templo, Jesus sai de Betânia com os 12 discípulos a caminho de Jerusalém e no meio do caminho tem fome, Ele vê um figueira com folhas mas sem frutos. (Mc 11:12-14). Vejamos algumas considerações sobre a figueira.
I – Figueira com folhas é figueira com frutos.
II – A figueira foi enganosa, tinha folhas e não tinha frutos.
A figueira tinha aparência de vida, mas não tinha vida, tinha muitas folhas, mas não alimentava, por que não tinha frutos, então Jesus fez secar “nunca mais nasça fruto de ti” em João 15:2 Jesus diz: “Todo ramo que estando em mim, não der fruto, Ele corta, e todo o que dar fruto Ele o limpa, para que produza mais fruto ainda.” É interessante notar que o fruto de uma árvore não é aproveitado pela própria, ela sempre dar frutos para os outros. Ela existe para alimentar outros, árvore só de folhas não alimenta. Por isso Cristo expulsa os vendilhões do templo, por que eles eram árvores cheias de folhas, bonitos por fora, mas sem frutos.
Algumas perguntas se fazem necessárias: que tipo de árvore somos nós? Que tipo de fruto produzimos? O que Cristo vê quando olha pra nós? Folhas? Ou frutos?
Os discípulos aprenderam mais essa lição. Que possamos também aprender, que possamos dar frutos em Cristo e por Cristo.


Em Cristo
Amém

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Prisão e morte de Cristo

Aquela foi talvez a madrugada mais triste da história, a tristeza vem do fato de que um homem santo e justo seria preso de maneira covarde. Levaram um grande número de soldados para prender um homem que fez o bem, como se ele fosse um bandido de alta periculosidade, os escribas e fariseus que sempre se vangloriaram de cumprir a lei, passaram por cima dela para prender a Jesus, o prenderam a noite, arrumaram falsas testemunhas, eles não tiveram coragem de prendê-lo a luz do dia. Esse homem que foi preso por homens injustos é o mesmo que justifica homens que o recebem e aceitam como Deus.
O sinal seria um beijo, eles não identificariam Jesus se não fosse pelo beijo, por que Jesus se parecia com os demais, o Deus que nos criou e formou, se fez carne e habitou entre nós (Jo 1:14), não se fez diferente, porque nos criou à sua imagem e semelhança (Gn 1:26).
Pedro tenta defendê-lo usando a mesma arma com a qual Cristo estava sendo atacado, ele puxa a espada e corta a orelha do servo do sumo sacerdote, Jesus mostra a Pedro e aos demais que a sua arma era outra, e conserta o estrago, só o amor consegue vencer o ódio e ainda que os homens demonstrassem todo o ódio, Cristo seguiria com força muito maior lhes demonstrando todo o seu amor. Pedro, o homem que tenta defendê-lo, agora o nega veementemente (Lc 22:54-62), as armas de Pedro ainda eram humanas, ainda tinha medo, vergonha, covardia, mas havia algo interessante em Pedro e em todos quantos um dia estiveram perto de Jesus: “ a tua fala te denúncia” (Mt 26:73), o sotaque dos que andam com Cristo é inconfundível, mas faltava algo a Pedro, ele precisava mudar as armas e isso só aconteceria quando ele olhasse para Cristo e visse os olhos de Cristo diretos nos dele, o olhar de Cristo muda tudo, o galo canta e Pedro lembra das palavras de Jesus e chora amargamente, aquelas lágrimas tiraram de Pedro toda a carga e cansaço, eles foram com Cristo para a Cruz e em troca, Pedro encontrou alivio e descanso (Mt 11:28).

O suicídio de Judas
Judas em vida só conseguia olhar para ele mesmo, por isso ele suicidou-se, o peso do remorso e da culpa sempre levará o homem a morte, a menos que ele olhe para Cristo, a menos que ele encontre misericórdia, a menos que ele encontre graça e isso só Cristo pode dar.

Jesus perante Pilatos e Herodes. (Lc 23:1-25/ Mt 11:31/ Mc 15:1-15/ Jo 18-19)
As autoridades religiosas apresentam Jesus a Pilatos com algumas acusações.
1º_ Subversão entre o povo. 2º_ proíbe de pagar impostos. 3º _ afirma ser rei. Ainda assim Pilatos declara sua inocência e deseja soltá-lo, mas menospreza sua própria consciência a fim de agradar os líderes religiosos, ele sabe que um inocente será morto. A multidão pede para crucificá-lo, ela sabe o peso desse pedido, ela tem consciência da dor que uma crucificação provoca, ainda assim o grito é um só: crucifica-o e solta Barrabás, eles sabem quem é Barrabás e viram o que Cristo fez, ainda assim, preferiram o bandido, talvez porque o bandido simboliza a violência que busca o poder pelo poder e Jesus põe em risco esse tipo de poder, esse tipo de reino.

Jesus é entregue aos soldados
Os soldados zombam o quanto podem, humilham o quanto podem fazem-lhe uma coroa de espinhos, cospem em sua face, chicoteiam-no até a exaustão, e o levam para o calvário. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (II Co 5:19). A morte de Cristo é a graça de Deus em ação, e a recusa de Deus em nos imputar pecado, em usar o nosso pecado contra nós, a morte de Cristo é o amor dele em ação, pagando caro uma dívida que nós contraímos. “O Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós” (Is 53:6b.).

Cristo é crucificado entre dois ladrões
Um zomba de Cristo, lança dúvida sobre ele: “se tu és o Cristo... salva-te a ti mesmo e nós” ele quer descer da cruz., ele não quer compromisso, ele quer a “benção” de descer da cruz. O outro reconhece Jesus como rei, ele não pede pra descer da cruz, porque percebe que importa negar-se a si mesmo e tomar a sua cruz, ele não quer a “benção” de descer da cruz, ele quer a “benção” do céu, do paraíso, de estar com Cristo para sempre, ele sabe que o reino de Cristo não é desse mundo por isso diz: “ lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” No que é prontamente atendido. “Se esperamos em Cristo somente nesta vida...” (I Co 15:19). Na cruz Cristo não pronuncia palavras de juízo, Ele fala de perdão: “Pai perdoa-lhes eles não sabem o que fazem” (Lc 23:34), o sol escurece, o véu do templo se rasga, a terra treme, a natureza se rebela, a multidão bate no peito e percebe que matou um inocente (Lc 23:44-48). Mas o mais incrível é que esse inocente queria morrer.
Em Cristo
Amém!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Ressurreição de Cristo – Mt 28:1-10 / Mc 16:1-8 / Lc 24:1-12 / Jo20:1-18

A manhã deste domingo muda de maneira total e radical a compreensão do homem a respeito da morte e da vida. “Onde está ó morte o teu aguilhão? Onde está ó inferno a tua vitória?” (I Co 15:55).
O túmulo vazio mostra e garante que a ação de Deus em Cristo não termina na morte, o anjo diz as mulheres: “eu sei que vocês procuram Jesus crucificado, mas Ele não está mais aqui, Ele ressuscitou”, não existe mais um Cristo sofrido, sofrível e derrotado, o que existe é um Cristo vitorioso, glorioso, ressurreto e se quiserem lembrar de dor, sofrimento e morte lembrem que tudo isso foi feito pelos homens, mas adorem o Cristo vivo.
A ressureição de Cristo matou todo tipo de morte, a morte da insegurança, a morte do medo, a morte do pecado, por que o pecado que introduziu a morte não tem forças para o Cristo ressurreto, porque se “o salário do pecado é a morte, o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” diz Paulo em Rm 6:23.
Maria Madalena ainda chora do lado de fora, junto ao sepulcro (Jo 20:11) Ela viu os anjos e eles perguntaram: “mulher porque choras? “Levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram.” (Jo20:13). Depois desse dialogo ela vê Jesus, mas não sabe que é
Ele, ela o confunde com o jardineiro, os olhos de Maria estavam embaraçados, a dor, o medo, a tristeza, a saudade, a decepção muitas vezes embaraçam os olhos e nos impedem de ver o Senhor do nosso lado, de ver a sua ação em nós e por nós, olhos marejados nos fazem confundi-lo com o que ele não é, por isso muitos O culpam por uma tragédia, porque com os olhos cobertos pela dor, não vemos que na tragédia é Ele quem nos segura com mão forte, com mão poderosa, com mão de amor.
Jesus não desiste de Maria, Ele sabe que ela precisa de consolo, e Ele a consola, Ele a chama pelo nome “Maria” (Jo 20:16), ela reconhece aquela voz, assim como o olhar, a voz de Cristo é inconfundível, “as suas ovelhas Ele chama pelo nome e elas reconhecem a sua voz” (Jo 10:3-4).
À tarde do mesmo dia os discípulos estão juntos, as portas estão fechadas, mas quem sai do túmulo e o deixa vazio é capaz e tem poder de entrar num ambiente fechado e enche-lo com sua glória e amor, “paz seja convosco” é a saudação de Cristo, não tem crítica, não tem ira, não tem dedo apontando erros, as palavras de Cristo para os homens que o negaram e fugiram e que também andaram e andariam com Ele para sempre foram palavras de paz, mas Ele também envia, Ele os separa para um serviço: “assim como o Pai me enviou eu os envio a vós.” Era preciso espalhar para o mundo essa mensagem, essa boa notícia, esse evangelho de que Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1:14), de que Ele morreu para que tivéssemos vida, de que houve cruz e túmulo, mas que o túmulo ficou vazio por que quem foi para lá ressuscitou!
Em Cristo.
Amém

sábado, 20 de agosto de 2011

Os dois fundamentos - Lc 6: 46-49

Porque me chamais de Senhor, Senhor e não fazeis o que vos mando? Essa pergunta tem sido difícil para alguns, pois é fácil chamar a Cristo de Senhor, o difícil, é fazer a sua vontade, as vezes quando oramos: “seja feita a vossa vontade”, é mentira, porque a vontade de Deus é a que menos importa, e as desculpas nós temos na ponta da língua, portanto para alguns, é melhor permanecer com a Bíblia fechada. Nessa parábola Cristo faz a comparação entre dois construtores, vejamos: os dois vêm a Cristo e ouvem as suas palavras, um deles, não apenas ouve, ele as pratica, esse, diz Jesus: “é semelhante a um construtor que edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha, e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não pode abalar por ter sido bem construída.” O que abala, derruba, destrói uma casa, uma vida, não são os ventos, as enchentes, as tempestades, as tormentas, tudo depende do lugar em que ela é construída, qual o tamanho do alicerce. O outro homem, também ouviu as palavras de Cristo, mas não as praticou, também construiu uma casa para si, mas não tinha alicerces, e nem estava edificada sobre a rocha, então quando o rio jogou-se contra ela, a casa logo desabou. As palavras foram ditas aos dois, os dois edificaram para si uma casa, as tempestades e os rios arrojaram-se sobre as duas casas, só uma permaneceu firme.
No Salmo 124, Davi afirma: “Se não fosse o Senhor que estivesse do nosso lado... então as águas teriam transbordado sobre nós e a corrente teria passado sobre as nossas almas.” Mas nós escapamos, o Senhor nos livrou, Ele é rocha firme, não que os rios e as ventanias não venham sobre nós, eles virão, mas os que esperam e confiam no Senhor, os que construíram suas casas sobre essa rocha que é Cristo, “não se abalam, permanecem para sempre”, são arvores plantadas junto a ribeiros que dão o seu fruto na estação própria (Salmo1), que tem raiz e não são levados por qualquer vento. Mas outras casas foram construídas, rios ferozes também passaram, as tempestades vieram mas as casas não resistiram, elas foram a pique, bagunçou e destruiu tudo o que estava dentro, arruinou e tirou qualquer esperança de vida, casa construída na areia, é facilmente derrubada, qualquer vento a derruba e leva pra longe, e os ventos são muitos, ventos de discórdia, ventos de desamor, ventos de doutrinas, ventos de arrogância, de ganancia, ventos de morte, e só Cristo é vida, só Cristo dá vida, Ele é rocha que segura, que sustenta e não deixa abalar os que ouvem e praticam suas palavras.

Em Cristo amém

sábado, 13 de agosto de 2011

Lucas 11: 5-13 – A Parábola do amigo importuno

Cristo nessa parábola enfatiza o sentimento de urgência, persistência e necessidade da oração, ora muito, quem muito necessita, e ao persistir na oração, isso se dará para o nosso próprio beneficio. No texto, Cristo usa de dois exemplos terrenos: o amigo e o Pai, duas referências boas, mas humanas, e por serem extremamente humanas, são extremamente más, mas ainda assim são capazes de dar boas dádivas, e Ele diz: “se sendo maus sabeis dar boas dádivas, quanto mais o Pai celestial o Espirito Santo aqueles que o pedirem?”.
“Qual de vós terá um amigo e, se for procurá-lo à meia noite... é bom ter amigos com quem se possa contar, a quem se possa recorrer em momentos difíceis, é bom ser amigo e saber que os amigos podem contar conosco, no entanto, em determinados momentos, não poderemos contar com eles e nem eles conosco porque os pedidos feitos, as aflições apresentadas ultrapassarão a nossa capacidade de dar, de ouvir, de atender, ainda assim os importunamos e somos importunados porque somos amigos, o que Cristo nos diz é que se somos capazes de bater na porta do amigo insistentemente, e se somos capazes de atender ao amigo que nos chama, devemos ter coragem e ousadia de recorrer a Ele tantas quantas vezes precisarmos porque com Ele podemos contar, Ele tem capacidade de dar, ouvir e atender, porque pra Ele tudo é possível e “quem pede, recebe, e quem busca acha, e quem bate, terá a porta aberta. Ele não é nosso amigo? “já não vos chamarei de servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho vos chamado de amigos.” Jo 15:15a disse o próprio Jesus.
Qual o Pai dentre vós que se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?... Se pais humanos com suas falhas procuram atender as necessidades dos seus filhos sem enganá-los, quanto mais o Pai celestial não nos dará o Espirito Santo, a melhor dádiva? As nossas primeiras e principais necessidades são espirituais e tendo essa necessidade suprida, “O nosso Deus, segundo as suas riquezas, suprirá em glória todas as outras nossas necessidades em Cristo Jesus” (ênfase minha), mas quem não sente necessidade de Cristo, não o procurará, quem não pedir, não será atendido, a porta permanecerá fechada a quem não bater, ao mesmo tempo em que “a sua mão não esta encolhida pra que não possa salvar, e nem os seu ouvidos agravados pra que não possa ouvir” Is:59-1.

Em Cristo amém

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os moradores da terra.

Esse é um louvor jubiloso que o rei Davi oferece ao Senhor quando trouxe a arca da aliança para Jerusalém, a arca tinha um simbolismo único e especial pra Davi e o seu povo, significava a presença do próprio Deus, afastar a arca, era como afastar a presença de Deus. Dentro da arca tinha três objetos extremamente importantes e sugestivos e simbólicos:
• A tábua da lei escrita por Deus e dada a Moisés: contendo os dez mandamentos, símbolo da palavra de Deus, sinal da vontade de Deus para conduta do povo, deixa claro e evidente de que o Deus dos Hebreus, é um Deus que fala com o seu povo e que expressa do próprio punho a sua palavra e vontade.
• O cajado de Arão: simbolizando e lembrando ao povo de como Deus os tirou da escravidão do Egito com mão forte, o Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó, de Moisés, de Arão, de Davi, e também nosso Deus, é capaz de livrar com mão forte se preciso for todos os seus.
• Um vaso com amostra do maná: que na tradução literal significa: o que é isso? Lembrando ao povo que o Deus que livra com mão forte, também é o Deus provedor, que cuida, que zela, que não deixa faltar o sustento, que faz descer do céu alimento para o corpo, mas acima de tudo mandaria o alimento para vida, Cristo o pão da vida.
Os Filisteus haviam levado a arca como despojo de guerra, e colocam a arca no templo do deus dagon, mas logo eles vão perceber no mínimo duas coisas: o Deus de Israel não se dobra a nada nem a ninguém, a cabeça da estatua é quem no outro dia aparece prostrada diante da arca do Senhor, os homens aprenderão que Deus não se dobra, nem se manipula, nem se deixará aprisionar por ninguém e em nenhum templo criado e construído com o desejo de adorar apenas a criatura. A presença de Deus incomoda a todo aquele que não quer tê-lo como Deus, a presença da arca no arraial dos filisteus trouxe uma epidemia de hemorroidas e logo ninguém queria a arca por perto, a presença de Deus incomoda, entre outras coisas, porque a presença de Deus revela quem somos, quando Isaias viu o Senhor ele disse: “ai de mim porque vou perecendo, porque sou homem impuro e habito no meio de um povo de impuros lábios”, quando a mulher de Samaria encontrou-se com Cristo teve a sua vida revelada por Ele, “tivestes cinco maridos e o que tens agora, não é teu”, o que acontece com muitos, é que preferem ficar escondidos atrás de um personagem a encarar Deus de frente para poder se descobrir, porque na verdade, tem medo do que vão ver quando olharem quem são e quando descobrirem quem é Deus.
Os Filisteus, ao levarem a arca, tiram a presença de Deus do meio do seu povo e tem sido muito fácil hoje tirar a presença de Deus do meio do seu povo, Deus sai da presença do seu povo quando o povo adora mais a criatura do que o criador, quando o seu povo tem na boca um cântico de vingança e não de amor e de graça, Deus sai do meio do seu povo quando o ódio, o rancor, e a prepotência invadem os púlpitos e refletem nos bancos das igrejas, Deus sai do meio do seu povo quando o seu povo prefere a língua dos anjos e dos homens em detrimento do amor, quando a palavra que faz sentido é a dos homens e não a de Deus, Deus sai do meio de um povo quando o povo começa a ficar incomodado com Ele, mas Davi era diferente, ele vai em busca da arca , da presença de Deus e se alegra, e dança e sua dança não era satisfação para o corpo apenas, era algo que vinha da alma, ele, Davi, externou o que vinha de dentro, porque se tinha algo que fazia sentido na vida de Davi, era a presença de Deus, Davi não tem medo da revelação causada pela presença de Deus, porque o que Davi queria, era uma relação baseada em verdade, eu sei que me conheces bem, mas eu também te conheço, e esse conhecimento que tenho de ti, me faz andar tranquilo em tua presença, porque sei do teu amor e da tua misericórdia, e a certeza da tua presença em minha vida, me faz cantar ao Senhor um cântico novo, porque grande é o Senhor e mui digno de louvor.
Em Cristo amém

sábado, 9 de julho de 2011

Vinho novo em odres velhos - Mt. 9:14-17 Mc 2:18-22 Lc 5:33-39

O Homem não estará apto a receber o novo enquanto permanecer prisioneiro do velho, velhos pensamentos, velhas atitudes, velha vida. Cristo salienta com tristeza que quem está habituado as estruturas do velho sistema e não se predispõe a mudanças, jamais aceitará a mudança e a novidade de vida trazida e oferecida por Ele (v 39), o evangelho, oferecido por Jesus, vem pra romper com as antigas estruturas religiosas simbolizadas pela roupa e o barril. Jesus tem uma nova proposta, uma nova aliança, um novo pacto, e tentar acrescentar isso ao antigo sistema legalista judaico, seria como remendar uma veste velha com pano novo, a roupa não suportaria, estragaria na primeira lavagem, a alegria dessa nova mensagem não caberia na religiosidade judaico-farisaica, assim como vinho novo não caberia em odres velhos. O legalismo judaico se preocupava com jejum por isso a pergunta: “porque os discípulos de João e os fariseus jejuam e os teus não?”(Lc 5;33), o que eles não entenderam, é que o jejum que agrada a Deus está escrito em Isaias 58: 6-7 “ o jejum que escolhi: é que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, que repartas o pão com o faminto, receba em casa os pobres e vendo o nu, o cubras”. A promessa? “romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás e Ele dirá; eis-me aqui, se tirares do meio de ti o jugo e o falar vaidades.” Is 58:8-9 . A velha religiosidade não enxerga a vontade de Deus porque só tem olhos pra si. O jejum, portanto, vai além do passar fome.
Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo rompe os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se, vinho novo deve ser posto em odres novos(Mc 2;22), a velha estrutura humana, religiosa, comportamental, não suportará a boa nova do evangelho, o olho por olho, jamais dará a outra face, o dente por dente, não amará os inimigos, o vinho novo só caberá numa nova estrutura, numa vida nova, como diz Paulo:” numa novidade de vida”(Rm 6;4b), “as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo”( 1co 5;17). Numa conversa com um fariseu, doutor da lei, Jesus afirma: “quem não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus.” (jo 3;3), novo nascimento, vinho novo, remendo novo, roupa nova, vida nova, é isso o que Cristo tem proposto aos homens, mas infelizmente, ainda existem os que dizem: “melhor é o velho”.
Que a graça e o amor de Deus pai em Cristo Jesus esteja conosco
Amém!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Salmo 1 - Os seus conselhos

Diz o dito popular que “se conselho fosse bom não se dava, vendia-se”. No entanto somos seres dependentes de conselhos, ora os damos, ora os pedimos, é bem verdade que muitas vezes o que queremos é uma confirmação ou apoio a uma decisão já tomada, por isso, nem sempre seguimos os bons conselhos por nós pedidos porque a nossa natureza má, sente mais atrativo pelos conselhos maus, e é essa mesma má natureza que nos impele a seguir ouvindo e aconselhando mal. Se existem maus conselhos e eles são dados e seguidos, é no mínimo por dois motivos: aconselha mal, quem é mau por excelência, não tem experiência com a bondade e, portanto não conhece o que é bom, aconselha mal, quem não tem compromisso com o outro e com Cristo. Por isso feliz é aquele que pode dar e seguir bons conselhos.
O homem que escreveu esse salmo é um homem experimentado, vivido, ele descobriu na prática, na vida, na própria pele o que é dar ouvidos a maus conselhos, por isso é que ele começa o seu cântico dizendo: “feliz é o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém nos seus caminhos, e sequer assenta-se com eles”. Ele aprendeu e por experiência, que os amigos e companheiros que um homem escolhe, podem dizer quem ele será e o que fará no futuro, e ele viu que o futuro dos ímpios, aquele que não tem piedade, que é desumano, que não conhece a Deus, é um futuro sombrio, “são como a moinha que o vento espalha”, não têm base nem peso pra subsistir, são facilmente levados por qualquer vento, eles, os ímpios, não caem sozinhos geralmente levam alguém junto.
Esse homem que sabe o que é infelicidade, que sabe o que é não ter chão pra pisar, que sabe o que é procurar refúgio e não encontrar, que sabe o que é ser facilmente abandonado, também conhece o outro lado. Ele sabe o que é ser “arvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá os seus frutos na estação própria, e cujas folhas não caem”, Ele finalmente descobre que de todos os prazeres que experimentou o seu grande prazer esta na lei do Senhor e no meditar nela dia e noite, e esse é o grande conselho que ele tem a dar, porque esse conselho, é conselho Divino, é conselho de Deus. Ele aprendeu que seguindo esse conselho, ele prosperaria em tudo o que fizesse e tudo inclui seus filhos, seu casamento, sua família, seus negócios, esse homem viu que Deus cumpre cada promessa que faz, no entanto, cada promessa de Deus exige de nós uma ação responsável e comprometida. Quando tenho prazer na lei do Senhor e na sua meditação dia e noite e coloco Deus no centro da minha existência ,quando a minha fé me leva a saber, querer e crer que a agenda da minha vida pertence a Deus e não a mim, sou um homem feliz.
Em Cristo amém

domingo, 26 de junho de 2011

A parábola das dez virgens - Mt 25 : 1-1

O dicionário classifica como louco aquele que perdeu a razão, faltou o juízo, que faz tudo de maneira impensada, tola, demente; o prudente, ao contrário, é cauteloso, previdente, circunspecto, comedido. A parábola das dez virgens fala desses dois tipos. Aqui Cristo não fala sobre perder ou não a salvação, Ele fala da vigilância, da prudência, do preparo para esperar a chegada do noivo que com certeza virá, mas não disse a que horas, Jesus fala sobre isso também em Mateus 24: 36-51 (exortação à vigilância e parábola dos dois servos). Na parábola das dez virgens Cristo usa um casamento como pano de fundo, o noivo representa Ele próprio e as virgens a igreja, a chegada do noivo de madrugada, representa a vinda dEle num momento inesperado, houve correria mas as prudentes estavam prontas pra sua chegada apesar de também terem dormido. Analisaremos aqui alguns tópicos que espero nos ajudem a uma melhor compreensão do texto.
1- As dez eram virgens, estavam juntas, tinham como objetivo casar com o noivo prometido, o que as diferenciou foi o que elas levaram consigo, cinco delas se prepararam para a demora do noivo, levaram azeite sobressalente sabiam que em uma possível demora do noivo, elas precisariam do azeite porque as lâmpadas apagariam. A lâmpada era alimentada com azeite e era preciso que alguém continuamente colocasse o óleo para que ela ficasse acesa isso lembra que devemos de forma continua abastecer a nossa “lâmpada”, com a leitura da palavra.(Sl 119:105). As outras cinco, ao contrário, demonstram que apesar de também estarem a espera do noivo, agem com desleixo, com demência, tolamente, mostrando que o seu amor pelo noivo nunca existiu e na verdade nunca quiseram casar-se, quando perdem a festa, elas querem entrar, batem na porta e descobrem que é tarde demais, essas virgens nunca perderam a salvação simplesmente porque nunca a tiveram e suas atitudes demostram isso. Muitos não são chamados e poucos escolhidos? (Mt 22:14), não haverá sempre o joio e o trigo juntos? (Mt 13 24-30)
2- O noivo demora e as encontra dormindo, as cinco virgens prudentes creem fiel e firmemente na vinda do noivo, não importa o quanto demore, não importa o quanto durmo, se demorar muito terei azeite de reserva pra alimentar a lâmpada, se dormirmos, dormiremos esperando, a palavra estará guardada no coração, no primeiro sinal, nós correremos para os seus braços, abandonaremos o mundo porque amamos o noivo e queremos casar e viver pra sempre com Ele, o que nos move é a certeza de que Ele virá pro casamento ainda que demore, isso é fruto do meu amor .
3- Muitos ficarão não porque perderam a salvação, mas porque nunca quiseram tê-la, e quando finalmente quiserem, descobrirão que é tarde demais, sim, podem estar na igreja, as virgens estavam juntas. A salvação é presente de Deus, pela graça e por meio da fé, diz Paulo (Ef 2 8-9), não ha obras nem esforço algum que você possa fazer pra conquista-la, foi Deus em Cristo quem fez tudo, quem presenteou e ofertou, mas uma vez salvo, você pode se preparar pra chegada do noivo, isso é característica dos salvos o noivo virá e os encontrará a espera, prudentemente. A parábola fala de dez virgens, cinco prudentes e cinco loucas, com qual das cinco nos parecemos?
Em Cristo amém

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O que o Mestre fez por Lázaro e o que Ele pode fazer por você.

Geralmente os vivos só são percebidos quando morrem, isso tem acontecido nos relacionamentos mais diversos, nas relações entre pais e filhos, nas relações conjugais, parece que temos uma forte tendência a valorizar apenas o que não mais temos ou o que perdemos, filhos choram a morte dos seus pais com o sentimento de que em vida poderiam ter amado mais, cuidado mais, poderiam ter dito palavras de amor ao mesmo tempo que poderiam ter evitado palavras duras que magoaram, que feriram, e a grande frustração, é que quem esta morto não pode mais ouvir, fica apenas a lição: mortos não escutam. Da mesma forma, temos visto casamentos morrerem, e quem os mata? Os próprios casais. As armas? As atitudes, os gestos, as palavras, as escolhas. O interessante é que essas quatro coisas podem manter um casamento vivo, e também podem matá-lo, porque será que as atitudes dos casados não são as mesmas de quando namoravam? Porque não existem mais carinho nos gestos? Porque as palavras se tornam duras e difíceis de ouvir? a resposta mais fácil de ouvir é: culpa, culpa do outro, o outro sempre é o culpado, mas nós temos escolhas, talvez não possamos escolher o que ouvir, mas com certeza podemos escolher o que dizer, podemos escolher as nossas atitudes ainda que as palavras e atitudes do outro sejam pesadas demais, podemos escolher amar, porque o amor cobre uma multidão de pecados(I Pe. 4:8). E quem ama tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (I Co. 13:7), o amor não é rude ou hostil, o amor é altruísta. Então podemos escolher pela vida, os relacionamentos destruídos e desgastados podem ser restaurados, refeitos, vivificados, se escolhermos clamar e chamar aquele que pode curar toda enfermidade, dar vida a tudo o que esta morto, se clamarmos a Cristo ouviremos dEle algumas respostas:
1-Essa enfermidade não é para a morte e sim pra glória de Deus (Jo 11:4), quando as irmãs de Lazaro perceberam a gravidade da sua enfermidade, quando perceberam que os homens não podiam fazer nada, quando elas esgotaram as suas forças elas clamaram e chamaram aquele que podia fazer tudo, elas foram a Jesus, talvez o seu relacionamento esteja assim, enfermo até a morte, e o que Cristo diz a você? Essa enfermidade é pra Glória de Deus, Ele será glorificado em sua vida. Creia nisso.
2-Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. (Jo 11:25) Lázaro estava em estado avançado de decomposição, ninguém em seu estado normal acreditaria que um homem assim pudesse voltar a vida, mas Cristo age na anormalidade, a fé não é um estado normal, a fé vai além das vistas, a fé vai além das forças, a fé vai além do possível, a fé é fundamento firme, é certeza do que se não vê(Hb. 11:1), então Cristo faz voltar a vida o que já cheirava mal.
3-Vem para fora (Jo 11:43) hoje muitos relacionamentos estão apodrecidos, cheirando mal, mortos, mas todos tem cura, todos podem voltar a vida, todos podem ter o cheiro bom do primeiro amor, basta ouvir a voz de Cristo, o chamado de Cristo: "vem para fora", saiam do sepulcro da morte, vocês têm escolha.
Em Cristo amém

As parábolas de Cristo II

O administrador infiel Lc 16:1-13
Essa parábola pode ser resumida na frase do professor e teólogo Jack Blanco: “Vocês deveriam estar tão determinados a assegurar o seu futuro no céu, como esse mordomo em assegurar o seu futuro na terra”. O que Cristo diz num primeiro momento, numa leitura superficial parece um elogio à infidelidade do mordomo, mas o que Ele faz, é uma constatação de que: “os filhos desse mundo, são mais astutos do que os filhos da luz (v. 8), Cristo não aprova e nem faz apologia à infidelidade e desonestidade, com essa parábola, o que Ele observa é que em certo sentido o mundo esta mais bem servido pelos seus, do que Cristo pelos dEle. As metas de cada um são opostas, mas os do mundo, são mais prudentes em cuidar dos seu corpos, do que os cristãos de cuidar das almas. Então Jesus nos dá algumas lições importantes: Ele mostra algumas coisas pelas quais se reconhece o homem, a bondade e a maldade, a fidelidade e a infidelidade, nós podemos agir dessas maneiras: “quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo também é injusto no muito.”(v.10). Vejamos algumas reações do mordomo infiel:
 Ele é realista: percebendo a seriedade da sua situação ele não chora e nem se lamenta, ele se prepara confiando em sua força e astúcia ainda que sejam desonestas, na mesma situação, nós muitas vezes choramos e nos lastimamos, quando deveríamos agir com coragem e ousadia confiando naquele que olha por nós, se o mordomo só podia contar com ele mesmo, nós podemos contar com Cristo, essa é a realidade que precisamos crer, teremos aflições no mundo, mas temos Cristo.
 Ele age com prontidão: o mordomo é decisivo e aproveita o pouco tempo que lhe resta e utiliza as oportunidades que tem, nós ao contrário adiamos muito o que devemos fazer, temos boa intenção, vamos fazer um dia, vamos mudar um dia e esse dia não chega nunca, ao saber que perderia o emprego, o mordomo não demora a agir, talvez falte em nós a consciência da perda, se os cônjuges soubessem que estão se perdendo mudariam algo? Se soubéssemos que morreríamos amanhã, mudaríamos algo hoje? Seriamos como as virgens prudentes se soubéssemos que Cristo vem amanhã?
 Ele age zelosamente: o administrador chama todos os que deviam ao seu senhor e barganha com eles, ele quer garantir o seu futuro, no mundo é assim, as pessoas correm por dinheiro e nunca se cansam, nunca estão satisfeitas, querem cada vez mais, eles se esforçam pra ganhar o mundo pra si, e o que Cristo nos mostra aqui é que muitos cristãos não se esforçam pra ganhar o mundo pra Deus.
 Cristo nessa parábola, também fala de serviço: “nenhum servo pode servir a dois Senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro ouse há de chegar a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e a mamom.”(v13) eis a escolha a ser feita, não podemos servir a Deus e ao mundo, não existe meio termo. Ele diz a igreja de Laodicéia: “conheço as tuas obras, e sei que não és frio nem quente, por isso vomitar-te-ei da minha boca” (ap;3:15,16), são palavras difíceis de ler, de ouvir, de falar, mas são palavras do Senhor. Josué lá atrás, dá ao povo a chance e o direito de escolha: “escolhei hoje a quem sirvais, porém eu e minha casa serviremos ao senhor.” (js:24;15) a pergunta tem sido repetida todos os dias: a quem quereis servir? Qual tem sido a nossa resposta?
Em Cristo amém

sexta-feira, 17 de junho de 2011

As parábolas de Cristo

Começaremos o estudo das parábolas de Cristo, a partir de três parábolas das mais conhecidas, que se encontram no evangelho de Lucas no capitulo 15, são elas: a ovelha perdida, a dracma perdida, o filho pródigo. Narrando esses relatos, essas parábolas, Cristo mostra o amor do Pai como fundamento e base das suas próprias atitudes diante dos homens, o amor de Deus explica as suas atitudes, o mestre critica os que se consideram justos e cheios de méritos e que por se considerarem assim se escandalizavam com o seu amor e solidariedade para com os pecadores.

A ovelha perdida. (Lc 15:1-7) - Os fariseus por se considerarem justos, criticam Jesus pelo seu relacionamento com pessoas que eles rejeitavam, pessoas que não faziam parte do seu grupo social e religioso, “esses pecadores”, não eram dignos, como então comer com eles? Lc 15:1-2, Jesus então lhes fala de algo que os orgulhosos não entendem e nunca entenderão enquanto deixarem que o orgulho seja o mestre dos seus sentimentos e guie as suas emoções, Ele fala de amor, fala de graça, fala de resgate, fala de redenção, fala de um pastor disposto a correr riscos pra resgatar ovelhas perdidas, desamparadas, carentes, deitadas no chão e sem forças pra levantar. (confira e relembre Ez 34:11-16) A alegria do pastor pela ovelha perdida e resgatada não significa que ele prefira a perdida em detrimento da que não se perdeu, nem que ele prefira o pecador ao justo, isso só mostra o mistério insondável, incompreensível, mas apaixonante amor de um pai que se alegra em acolher quem se perde ao lado de quem nunca se perdeu, se alegra em receber de braços abertos pecadores arrependidos ao lado dos justos que sempre perseveraram, por isso nós também devemos nos alegrar, até porque um dia, os perdidos fomos nós, e fomos achados e resgatados por Ele.

A dracma perdida. (Lc 15:8-10) - A mulher tem dez dracmas e se perder uma, ela não sossega até achar a que se perdeu ela varre a casa, tira os móveis do lugar, ela é capaz de mudar o lugar comum pra ter de volta a sua moeda, porque ela faz isso? Porque a moeda é vital pra sua sobrevivência. Assim é o amor de Deus, o torna vitalmente necessitado de encontrar a pessoa perdida e trazê-la de volta para Ele, por isso Ele enviou o seu Filho, por isso Cristo morreu e ressuscitou por isso os Anjos se alegram: Lc 15:10, há festa no céu.

O filho pródigo. (Lc 15:11-32) – O processo de conversão começa na consciência, ao escolher pegar a parte da herança que lhe pertencia e gasta-la longe do pai, o filho mais novo se vê perdido econômica e moralmente, esse pedido revela sua natureza rebelde, ele acha que consegue caminhar com suas próprias pernas e descobre que no seu caminho longe do pai o que ele encontra são aproveitadores, amigos que não hesitam em abandoná-lo quando o barco afunda, por isso quando ele não tem mais nada a oferecer não encontra quem possa lhe dar, a não ser bolotas de porcos porque é isso, e só isso, que os homens tem pra oferecer. Então ele pensa no único lugar em que ele poderia estar e de onde nunca deveria ter saído: a casa do pai, os braços protetores do seu amor, mas ele não voltaria sem arrependimento, sem consciência de pecado, sem perdão, então ele prepara a sua confissão, ele não quer, nem mesmo ser chamado de filho, ele só quer perdão, ele só quer graça, ele só quer de novo fazer parte daquele lar ainda que seja como servo: “Pai pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, faze-me como um dos teus trabalhadores” (v 19). O pai não o deixa terminar a sua confissão, ele estava esperando pelo filho, ele o viu de longe e correu e o abraçou, e mandou trazer a melhor roupa e um anel e sandálias para os pés, o arrependimento do filho não trouxe apenas perdão, trouxe restauração completa. O filho mais velho é inclemente, ele reclama do relacionamento do pai com ele: “estou há tanto tempo contigo e nunca transgredi e nunca me deste um cabrito pra me alegrar com meus amigos” (v 29), a tristeza do filho mais velho, a sua mágoa, é fruto de um relacionamento que ele nunca teve com o pai, ele estava lá, ele serviu, mas serviu sem amar, serviu sem adorar, serviu talvez pensando nos seus próprios interesses, talvez quisesse honra, por isso, ele é incapaz de se alegrar com o perdão do irmão, quem não consegue amar e adorar ao Pai, não consegue se alegrar com o perdão. Mas o pai não apenas espera de braços abertos o filho que sai, Ele vai em busca do filho que fica (v 28), ele, o filho que ficou, também precisa de resgate, por isso o pai diz: “filho, tu sempre estarás comigo, e todas as minhas coisas são suas” (v 31), mas esse teu irmão, estava morto e reviveu; estava perdido e foi achado. É justo que nos alegremos e regozijemos (v 32). O Pai ama o filho que sai a ponto de esperar a sua volta, e ama o filho que fica a ponto de ir em busca dele e convidá-lo para a festa.



Em Cristo Amém

PARÁBOLAS

São chamadas de parábolas, narrações alegóricas que partindo de uma realidade sensível, comunicam uma mensagem e convidam o ouvinte ou leitor a uma reflexão e aplicação pessoal. Muitos ouvem, mas poucos entendem e aplicam como verdades para si mesmos, por isso Jesus diz: “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, e os discípulos perguntam: “porque falas por parábolas?” ao que Ele responde: “porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas aqueles não lhes é isso concedido.”(mt.13:9-11). Ele quer dizer que os ouvidos não são suficientes para entenderem o que é dirigido ao coração, à alma, ao espirito, por isso muitos escutam, mas não ouvem, olham, mas não veem. Apesar de as parábolas serem características dos ensinamentos de Cristo no novo testamento, encontramos parábolas também no antigo testamento. Eis algumas a refletir:

Natã e Davi II Sm 12: 1- 4  A parábola contada por Natã a Davi, deixa o Rei indignado, ele fica furioso e quer matar o homem rico que roubou a ovelha do pobre (v 5), o profeta mostra a Davi que essa fúria e essa sentença é contra ele mesmo. Davi cai em si e admite: “pequei contra o Senhor”(v 13), ele percebe que o que se faz no anonimato, no oculto, Deus vê as claras, nesse período ele compõe o salmo 51.

A parábola da vinha Is 5: 1-7 O dono da vinha fez o que pôde pra ela produzir uvas de boa qualidade, ele a cercou, limpou das pedras, plantou com excelentes vides, edificou uma torre no meio dela, construiu um lagar (tanque pra pisar uvas), ele esperava que com todo esse cuidado, ela desse boas uvas, mas ela só produziu uvas más, azedas, bravas.(v 2). Deus cuida bem do seu povo e espera que ele produza o direito e a justiça e a adoração ao seu nome, mas o povo só produz injustiça, intolerância e idolatria, Ele pede então que o próprio povo julgue a sua atitude (v 3), o que se pode fazer pelo povo que Deus ainda não tenha feito? (v 4), que cuidado? Que amor? Que atenção? Se até o próprio filho Ele entregou pelos homens?

A madeira inútil da videira Ez : 15 Em João 15 Cristo diz que os ramos que dão frutos, o Pai os poda para que deem mais frutos ainda, os que não dão frutos Ele os corta porque não tem valor. Nesta parábola o profeta Ezequiel compara o povo de Jerusalém, o povo de Deus, a madeira da videira que não serve para nada, serve para alguma obra? Serve de estaca para pendurar alguma coisa? (v 3), só serve para ser queimada, ela inteira não servia para obra alguma e queimada muito menos. (v 5).

Os pastores infiéis Ez 34 Aqui Deus fala contra os pastores que deturpam a função pastoral, eles não cuidam do rebanho, cuidam apenas do seu próprio interesse (v 2), eles usam sua autoridade em beneficio próprio e fazendo isso, eles entregam as ovelhas aos lobos e elas se perdem, ficam desgarradas, mas o Senhor promete que Ele mesmo procurará e buscará as suas ovelhas e as fará voltar de todos os lugares e as apascentará e as fará repousar. “Eu sou o bom Pastor, o bom Pastor cuida das suas ovelhas e dá a sua vida por elas” (Jo 10:11).

            Ainda existem outras parábolas no antigo testamento as quais deixaremos as referências bíblicas de algumas para a sua leitura, o seu deleite espiritual e sua meditação, são elas: II Sm 14:1-7 / Ez 16 / Ez 17: 1-10 / Ez 19 / Ez 31:1-9 / Jz 9:7-15, que as palavras deste livro não se apartem de nossa boca, para meditarmos no que nele está escrito dia e noite (Js 1:8), e que seja lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (Sl 119: 105).

Em Cristo e por Cristo.

Amém!