quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carta universal de São Judas

O autor se identifica como Judas irmão de Tiago, provavelmente o Tiago que era irmão de Jesus e líder da igreja de Jerusalém (At 15.13; 21.18; Gl 1.19; 2.12). Mc 6.3 menciona Judas como irmão do Senhor Jesus. A motivação imediata e urgente de Judas nesta carta é alertar as comunidades cristãs contra certos indivíduos que nela se infiltraram para divulgar ideias erradas e conquistar seguidores. Eles procuram transformar a liberdade de Cristo em libertinagem e o amor em licenciosidade buscando, ainda que de forma velada, destruir a fé do povo de Deus, como bem disse o Apostolo Pedro em sua segunda carta: “haverá falsos doutores que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou...”2Pe. 2.1.
Esses falsos mestres, diz Judas, são nuvens sem água, prometem o refresco espiritual, mas não libertam, ao contrário trazem pesadas cargas, eles tentam desviar o povo de Deus do seu real objetivo, apelam aos desejos da carne e dos olhos, o orgulho desordenado, eles fingem amar a Deus, parecerão ser piedosos, mas no fundo não passam de figueira sem frutos, então Judas faz algumas advertências: “lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos, que nos últimos tempos apareceriam escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências ” v 17:18, numa bela recomendação o Apóstolo relembra pontos fundamentais para uma vida cristã: fé, oração, amor, auxilio mutuo, confiança na misericórdia de Jesus cristo e distância daqueles que procuram perverter a fé
Em vez das saudações finais de praxe, Judas prefere terminar a sua carta com uma doxologia, um hino de louvor a Deus, alguns salmos terminam assim Sl. 41:13 / 72: 18 / 89:52 / 106:48, em Lucas 2:14 os anjos cantam uma linda doxologia “glória a Deus nas alturas”... a oração do pai nosso termina com uma doxologia, porque teu é o reino, o poder e a glória para todo o sempre amém, Paulo usa várias doxologias como em Rm 11:36 “porque Dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas, glória, pois a Ele eternamente amém.” e em ITm 1:17 “ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre amém.” em ICr 29:10-13 Davi canta: “Bendito és tu Senhor, Deus de nosso Pai Israel, de eternidade em eternidade. Tua é ,Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo o quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. E riquezas e glória vem de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo. Agora pois ó Deus nosso, Graças te damos e louvamos o nome da tua glória.”. Ao ver que alguns cristãos podiam cair no veneno enganador dos falsos mestres que queriam usurpar a glória de Deus, Judas prefere terminar a sua carta assim: “A único Deus, salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém.”

sábado, 10 de setembro de 2011

A purificação do templo e a figueira sem frutos

Após entrar em Jerusalém, aclamado como rei, Jesus entra no templo e percebe uma cena chocante: Ele se depara com cambistas comercializando a fé. O povo comprava os animais para o sacrifício, isso era correto; o que não era correto era o gesto de alguns de usar a religião para estabelecer e assegurar privilégios para eles mesmos. Por isso Jesus derruba suas mesas e expulsa do templo citando Isaías 56:7: “A minha casa será chamada casa de oração.” “Mas vocês a transformaram em covil de salteadores.” Mt 21:13. Com esse gesto, Jesus abala todo um sistema de uma classe religiosa que enriquece dando ao povo uma visão mesquinha e pequena de salvação. Jesus entra no templo e ensina pelo menos duas coisas:
I - Cristo é capaz e tem poder de curar todos os que vêm a Ele, e Ele não pede dinheiro, não pede sacrifícios, não pede promessas, apenas a fé é suficiente.
II – O templo é lugar de adoração (Mt 21:15b), as crianças o adoraram, e as crianças são puras, são honestas, não exigem, apenas adoram. (Sl 8:2). Em Mateus 21:13 e Isaías 56:7 aponta o templo também como lugar de oração.
Segundo o relato de Marcos, antes da cena do templo, Jesus sai de Betânia com os 12 discípulos a caminho de Jerusalém e no meio do caminho tem fome, Ele vê um figueira com folhas mas sem frutos. (Mc 11:12-14). Vejamos algumas considerações sobre a figueira.
I – Figueira com folhas é figueira com frutos.
II – A figueira foi enganosa, tinha folhas e não tinha frutos.
A figueira tinha aparência de vida, mas não tinha vida, tinha muitas folhas, mas não alimentava, por que não tinha frutos, então Jesus fez secar “nunca mais nasça fruto de ti” em João 15:2 Jesus diz: “Todo ramo que estando em mim, não der fruto, Ele corta, e todo o que dar fruto Ele o limpa, para que produza mais fruto ainda.” É interessante notar que o fruto de uma árvore não é aproveitado pela própria, ela sempre dar frutos para os outros. Ela existe para alimentar outros, árvore só de folhas não alimenta. Por isso Cristo expulsa os vendilhões do templo, por que eles eram árvores cheias de folhas, bonitos por fora, mas sem frutos.
Algumas perguntas se fazem necessárias: que tipo de árvore somos nós? Que tipo de fruto produzimos? O que Cristo vê quando olha pra nós? Folhas? Ou frutos?
Os discípulos aprenderam mais essa lição. Que possamos também aprender, que possamos dar frutos em Cristo e por Cristo.


Em Cristo
Amém

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Prisão e morte de Cristo

Aquela foi talvez a madrugada mais triste da história, a tristeza vem do fato de que um homem santo e justo seria preso de maneira covarde. Levaram um grande número de soldados para prender um homem que fez o bem, como se ele fosse um bandido de alta periculosidade, os escribas e fariseus que sempre se vangloriaram de cumprir a lei, passaram por cima dela para prender a Jesus, o prenderam a noite, arrumaram falsas testemunhas, eles não tiveram coragem de prendê-lo a luz do dia. Esse homem que foi preso por homens injustos é o mesmo que justifica homens que o recebem e aceitam como Deus.
O sinal seria um beijo, eles não identificariam Jesus se não fosse pelo beijo, por que Jesus se parecia com os demais, o Deus que nos criou e formou, se fez carne e habitou entre nós (Jo 1:14), não se fez diferente, porque nos criou à sua imagem e semelhança (Gn 1:26).
Pedro tenta defendê-lo usando a mesma arma com a qual Cristo estava sendo atacado, ele puxa a espada e corta a orelha do servo do sumo sacerdote, Jesus mostra a Pedro e aos demais que a sua arma era outra, e conserta o estrago, só o amor consegue vencer o ódio e ainda que os homens demonstrassem todo o ódio, Cristo seguiria com força muito maior lhes demonstrando todo o seu amor. Pedro, o homem que tenta defendê-lo, agora o nega veementemente (Lc 22:54-62), as armas de Pedro ainda eram humanas, ainda tinha medo, vergonha, covardia, mas havia algo interessante em Pedro e em todos quantos um dia estiveram perto de Jesus: “ a tua fala te denúncia” (Mt 26:73), o sotaque dos que andam com Cristo é inconfundível, mas faltava algo a Pedro, ele precisava mudar as armas e isso só aconteceria quando ele olhasse para Cristo e visse os olhos de Cristo diretos nos dele, o olhar de Cristo muda tudo, o galo canta e Pedro lembra das palavras de Jesus e chora amargamente, aquelas lágrimas tiraram de Pedro toda a carga e cansaço, eles foram com Cristo para a Cruz e em troca, Pedro encontrou alivio e descanso (Mt 11:28).

O suicídio de Judas
Judas em vida só conseguia olhar para ele mesmo, por isso ele suicidou-se, o peso do remorso e da culpa sempre levará o homem a morte, a menos que ele olhe para Cristo, a menos que ele encontre misericórdia, a menos que ele encontre graça e isso só Cristo pode dar.

Jesus perante Pilatos e Herodes. (Lc 23:1-25/ Mt 11:31/ Mc 15:1-15/ Jo 18-19)
As autoridades religiosas apresentam Jesus a Pilatos com algumas acusações.
1º_ Subversão entre o povo. 2º_ proíbe de pagar impostos. 3º _ afirma ser rei. Ainda assim Pilatos declara sua inocência e deseja soltá-lo, mas menospreza sua própria consciência a fim de agradar os líderes religiosos, ele sabe que um inocente será morto. A multidão pede para crucificá-lo, ela sabe o peso desse pedido, ela tem consciência da dor que uma crucificação provoca, ainda assim o grito é um só: crucifica-o e solta Barrabás, eles sabem quem é Barrabás e viram o que Cristo fez, ainda assim, preferiram o bandido, talvez porque o bandido simboliza a violência que busca o poder pelo poder e Jesus põe em risco esse tipo de poder, esse tipo de reino.

Jesus é entregue aos soldados
Os soldados zombam o quanto podem, humilham o quanto podem fazem-lhe uma coroa de espinhos, cospem em sua face, chicoteiam-no até a exaustão, e o levam para o calvário. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (II Co 5:19). A morte de Cristo é a graça de Deus em ação, e a recusa de Deus em nos imputar pecado, em usar o nosso pecado contra nós, a morte de Cristo é o amor dele em ação, pagando caro uma dívida que nós contraímos. “O Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós” (Is 53:6b.).

Cristo é crucificado entre dois ladrões
Um zomba de Cristo, lança dúvida sobre ele: “se tu és o Cristo... salva-te a ti mesmo e nós” ele quer descer da cruz., ele não quer compromisso, ele quer a “benção” de descer da cruz. O outro reconhece Jesus como rei, ele não pede pra descer da cruz, porque percebe que importa negar-se a si mesmo e tomar a sua cruz, ele não quer a “benção” de descer da cruz, ele quer a “benção” do céu, do paraíso, de estar com Cristo para sempre, ele sabe que o reino de Cristo não é desse mundo por isso diz: “ lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” No que é prontamente atendido. “Se esperamos em Cristo somente nesta vida...” (I Co 15:19). Na cruz Cristo não pronuncia palavras de juízo, Ele fala de perdão: “Pai perdoa-lhes eles não sabem o que fazem” (Lc 23:34), o sol escurece, o véu do templo se rasga, a terra treme, a natureza se rebela, a multidão bate no peito e percebe que matou um inocente (Lc 23:44-48). Mas o mais incrível é que esse inocente queria morrer.
Em Cristo
Amém!